segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Meus Passos




Se me afastas, eu me afasto
Se te aproximas, me aproximo
Não exageres, contudo, no teu impensado ato
Que no conflito não sou tão exímio
E no voltar, meus braços estão mais frouxos
E minhas vistas mais enevoadas

Se me afastas, eu me afasto
Se te aproximas, me aproximo
Pois não há disputa, nem luta pretendida
Há apenas as minhas retiradas
e em contra partida, tuas investidas

No entanto, fique atento
Se me queres perto, não me afastes
Não penses que é batalha vencida
pois quando me vou, meus passos largos
podem ser maiores que tua medida

Patricia Eugênio

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Fogo e Água



Às vezes eu sou como a água.
Às vezes eu sou como o fogo.
Às vezes eu me misturo,
dissolvo
me envolvo
me igualo

E quando está tudo calmo
E quando já não há defesa
Te inflamo
Provoco
Te incito
Sou chama acesa!

Não estou mostrando quem sou
Não sou de me fazer entender
Sou apenas de ser
Eu sou plena, de ser
Fogo e água

quinta-feira, 14 de março de 2013

Medo




Esfumaça-te, dissolve-te
nas brumas da manhã que está pra começar
Não te quero, meliante
não venhas a alegria novamente me roubar

Vá, augúrio que abafa
minha alegria eminente
És da minh'alma, mordaça
És a dor intermitente

Deixas que eu dê este grito sufocado
Sai do corpo que definha mas te aguenta calado
Já sei quem tu és, não é nenhum segredo
És o mal que me desvasta e teu nome é: medo!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Fonte do meu sofrer





Ó fonte do meu sofrer,
Não quero dizer-te, mas és.
Ou talvez seja eu quem te alimenta
Entupindo-lhe de choro, o teu viés.
Só sei que a mim parece ser
Inesgotáveis féis...

Ó fonte do meu sofrer,
Cessa-te agora e de uma vez.
Escoa tua água, encontra tua seca!
Meu coração já não mais te aguenta.
Precisa de forças para amanhecer.

Ao declamar estes versos infiéis,
Solto dos meus lábios intocados,
Uma súplica, um murmúrio, um lamento.
Peço-te, imploro-te, ajoelho a teus pés!
Ó fonte do meu tormento
Seja finita, já que fugaz, não és!