Pensando em ser mais corpo que espírito,
talvez para fincar mais meus pés à terra
e menos aos céus vaguear minha mente,
percebo que me tornei qualquer coisa de diferente.
Um ser à parte, uma quimera...
Pois quanto mais força adquire meu corpo,
mais ainda dele me liberto.
O que dantes era ferrugem e rangia;
o que era cinza de poeira que estava coberto,
agora é silêncio, é leveza, primavera.
E me torno o oposto do que queria:
um ser que plaina no reino das ideias,
do imaginário, da poesia
e um ser que cada vez mais se distancia
daquilo que um dia quisera...
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